Identificar precocemente o câncer infantojuvenil é determinante para que o tratamento tenha mais chances de apresentar resultados positivos. A partir da diminuição do tempo entre o aparecimento de sinais e sintomas do câncer e o diagnóstico em um serviço especializado, as chances de cura são potencializadas com o diagnóstico em seus estágios iniciais.
Por esta razão, o Instituto Ronald McDonald criou o Programa Diagnóstico Precoce, que consiste na realização de capacitações de profissionais da Atenção Básica de Saúde, pediatras da rede SUS e privada, além de estudantes de medicina para que possam suspeitar de sinais e sintomas do câncer em crianças e adolescentes e realizar um encaminhamento mais ágil aos serviços especializados, reduzindo o tempo entre o aparecimento dos sintomas e o diagnóstico, aumentando sensivelmente a expectativa de cura dos pacientes.
CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
A capacitação é realizada através de um curso com 8 horas de aulas, em que a equipe docente especializada aborda os seguintes temas:
• Epidemiologia do Câncer Infantojuvenil;
• Sinais e sintomas de suspeição;
• Organização do fluxo de referência.
Todos os profissionais interessados em se aprofundar no tema, podem ter acesso gratuito ao e-book “O Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil e a atenção básica”, fruto da cooperação entre o Instituto Ronald McDonald, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope) e oncologistas pediátricos de diversas regiões do país. Em 2018, o livro foi revisto e ampliado gerando uma 3ª edição, financiada pela Amigo H, braço filantrópico do Hospital Albert Einstein.
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IMPACTO DO PROGRAMA
O Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Instituto Fernandes Figueira (NATS/IFF) realizou uma pesquisa multicêntrica encomendada pelo Instituto Ronald McDonald para avaliar o impacto do Programa Diagnóstico Precoce. A coleta de dados foi realizada por 12 instituições participantes. Foram analisados: 1.797 prontuários de crianças e adolescentes, 355 entrevistas com responsáveis e 79 contatos telefônicos com enfermeiros capacitados pelo Programa no ano de 2012.
A pesquisa apontou os seguintes resultados:
• A implantação do programa ocasionou um aumento de 23% nos encaminhamentos de crianças e adolescentes com suspeição da doença para um serviço especializado nos municípios capacitados pelo Programa Diagnóstico Precoce.
• Nos territórios capacitados, o tempo de trajetória do paciente entre a suspeição e o diagnóstico diminuiu em 61%, de 13 para 5 semanas.
• Nos territórios em que o Programa Diagnóstico Precoce ainda não foi implantado, a taxa de redução de tempo foi de 25%, de 8 para 6 semanas.