Estar frente a frente a um grande problema é desafiador em qualquer idade. Não importa, da infância à velhice, a vida será sempre um conjunto de sentimentos efusivos que tomam conta do coração e da mente. Principalmente nos momentos mais difíceis, quando é preciso reagir e lidar com as adversidades. Para lidar com tudo isso algumas metodologias alternativas de tratamento podem ser muito eficientes, é caso da arteterapia.
Pessoas que encaram uma doença como câncer acabam sentindo não só na saúde do corpo, como também na saúde emocional. Diante dessa condição, acaba sendo normal que a autoestima, a identidade, o ânimo, a confiança e a fé sejam afetados. Para muitas pessoas, a combinação de todos esses conflitos se torna um obstáculo difícil de superar. Nessas horas, procedimentos terapêuticos são ferramentas importantes, elas ajudam a compreender melhor tudo que está acontecendo dentro e fora de si mesmo. Umas dessas potentes ferramentas é a arte.
Cultura como remédio
Ao observar o comportamento de alguns pacientes, especialistas começaram a perceber que arte e cultura podem trazer muitas melhorias para a saúde. Um dos casos mais famosos do uso da arte como terapia foi retratado no filme “Nise: o coração da loucura”. A história conta a atuação de Nise da Silveira, uma médica que revolucionou a medicina psiquiátrica ao usar tratamentos não convencionais com internos do hospital onde trabalhava.
Para pacientes com câncer não é diferente, sobretudo, com as crianças e adolescentes.Ter a arte como aliada para aliviar as dores e tensões das enfermidades tem funcionado para o bem-estar de toda a família que passa pelo tratamento.
A metodologia na prática
É comum que as pessoas enxerguem a arte e a cultura apenas como alternativa de lazer e entretenimento, mas a verdade é que ela pode ser muito mais. Nos hospitais e clínicas, sua aplicação é fundamentada em um planejamento efetivo e uma teoria baseada no estudo da psicologia. O resultado é uma metodologia empírica conhecida como arteterapia.
Com um nome autoexplicativo, arteterapia usa da arte como uma intervenção complementar ao tratamento. As atividades empregadas dependem do histórico pessoal de cada integrante e também da abordagem do profissional. No geral, o primeiro passo é compreender as preferências e aptidões de cada pessoa, afinal, alguns pacientes gostam de trabalhar com artesanato, outros com desenho, outros com pintura. O cerne de toda a atividade está na capacidade fazer daquele momento um espaço de reflexão e autoconhecimento.
Ultrapassando barreiras
Estimular a criatividade e se conectar com uma atividade artística traz inúmeros benefícios para a saúde, sobretudo, a emocional. Por meio da arte é possível expressar sentimentos e emoções que, às vezes, são difíceis de traduzir em palavras. O próprio momento de produção da obra se torna um contato consigo mesmo, um instante de concentração e silêncio em que as ideias podem ser organizadas e desmistificadas antes de serem expostas. Por si só, isso já é extremamente terapêutico, já que muitas pessoas sentem dificuldades de sentar e conversar.
Além disso, outro grande aspecto que é diretamente influenciado pela arteterapia é a autoestima. A partir do autoconhecimento muitas pessoas passam a desenvolver melhor suas habilidades e a trabalhar no que se gosta. Isso gera um sentimento de satisfação e entusiasmo que abre portas para que algumas transformações aconteçam como:
- Diminuição do estresse e da ansiedade;
- Sensação de relaxamento e tranquilidade;
- Melhora na habilidade de concentração e paciência;
- Troca de experiência em atividades coletivas.
É por isso que muitos hospitais, principalmente os oncológicos, têm inserido a arteterapia no dia a dia dos pacientes como um complemento ao tratamento. Quer saber mais sobre metodologias alternativas de tratamento? Aqui no Blog já falamos sobre a terapia ocupacional e os benefícios para para oncologia infantil. Corre lá e aproveite essa leitura!