Inevitavelmente, falar sobre câncer infantojuvenil no Brasil passa pela história do Instituto Ronald McDonald e pelo programa que tem mudado tantas realidades no Brasil: o diagnóstico precoce.
Motivados pela história de luta de uma família, o Instituto trabalha desde 1999 desenvolvendo e coordenando programas que possibilitam o diagnóstico precoce, o encaminhamento adequado, o acolhimento e o atendimento integral de qualidade para os jovens pacientes e seus familiares.
A doença, ainda hoje, é um mistério. Mesmo com inúmeras pesquisas no campo, não se sabe ao certo o porquê do seu desenvolvimento, a causa ou uma metodologia de prevenção. O fato é que, há 30 anos, esta realidade era ainda mais incerta, principalmente ao se falar da incidência em crianças.
O quadro da doença na infância é muito similar aos sintomas de tantas outras enfermidades comuns a esta fase. Por isso, identificar a doença na criança era muitas vezes a última opção.
O Dr. Sérgio Petrilli, médico cofundador e mentor do GRAACC, revela que há alguns anos era comum crianças irem a óbito por “causa desconhecida”. Em muitos casos essa causa era o câncer e muitas crianças morriam sem que a família soubesse da existência da doença. Hoje esta realidade é muito diferente, não só porque é possível identificar, mas também tratar e dar chances reais de vida.
Muitos são os fatores que mudaram essa realidade. Os avanços da tecnologia, da pesquisa e das estruturas de atendimento fizeram com que as chances de cura saltassem para até 80% quando diagnosticado precocemente.
É justamente nesta etapa que o Programa Diagnóstico Precoce age há 10 anos, treinando e expandindo o olhar dos profissionais de saúde para identificar o câncer já nos primeiros sinais.
Desde o primeiro projeto, em 2008, o Programa Diagnóstico Precoce recebeu diversos reconhecimentos de organizações nacionais e internacionais. Em 2009, por exemplo, o Programa Diagnóstico Precoce foi vencedor do VIII Prêmio LIF (Liberdade, Igualdade e Fraternidade), promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil na categoria Saúde. Concorrendo com projetos de empresas como Arcelor Mittal Brasil e Sanofi-Aventis Farmacêutica.
O balanço do programa identificou o avanço nos indicadores da doença em todo o país. O Instituto levantou que o impacto do programa Diagnóstico Precoce já reduziu em 66% o tempo entre os primeiros sintomas e o início do tratamento.
Isso reflete em uma realidade em que a espera para o tratamento chega a ser de 8 meses, e que hoje já pode ser muito menor em várias cidades brasileiras. Da mesma forma, o levantamento também indicou o aumento de 23% na detecção do diagnóstico precoce, o que significa que a capacitação profissional para perceber os primeiros sinais é efetivo na velocidade do tratamento adequado.
Não só nos 10 anos do Programa Diagnóstico Precoce, mas nos 19 anos do Instituto Ronald McDonald, cada vitória conquistada é fruto da união de toda a sociedade.
Com as parcerias empresariais e, principalmente, as doações recorrentes e pontuais que chegam de todas as partes do Brasil é que foi possível acumular uma história com tantos finais felizes.