No cenário desafiador do combate ao câncer infantil, a colaboração e o trabalho em rede emergem como ferramentas fundamentais para promover avanços significativos na conscientização, prevenção e tratamento. Datas emblemáticas, como o Dia Mundial do Câncer (4 de fevereiro) e o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil (15 de fevereiro), destacam a urgência de ações coletivas e enfatizam a necessidade de estreitar laços para enfrentar essa complexa questão de saúde pública.
Ambas as datas desempenham papéis complementares e significativos ao alertar globalmente sobre o câncer em todo o mundo. O Dia Mundial do Câncer promove este ano a bandeira por cuidados mais justos, enquanto o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, criado pela Childhood Cancer International (CCI) em 2002, chama atenção sobre sinais e sintomas do câncer infantil e expressa apoio às crianças e adolescentes e suas famílias.
No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença é a principal causa de morte na faixa etária de 1 a 19 anos. Estima-se que, a cada ano do triênio 2023/2025, surjam 7.930 novos casos entre essa faixa etária no país.
Globalmente, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (da Organização Mundial da Saúde) estima que 215.000 casos sejam diagnosticados anualmente em crianças menores de 15 anos, com cerca de 85.000 casos entre adolescentes de 15 a 19 anos. Leucemias, tumores no sistema nervoso central e linfomas são os tipos mais comuns de câncer na infância e adolescência.
O Brasil, particularmente a região Norte, emerge como um foco crítico nos esforços futuros para conter a taxa de mortalidade por câncer infantil. A conscientização e a ação nesse cenário são de extrema necessidade.
Neste ano de 2024, o Instituto Ronald McDonald celebra seu 25º aniversário no Brasil, dedicando-se incansavelmente a uma abordagem sistêmica e em rede para apoiar melhorias desde a atenção primária até a alta complexidade, englobando o contexto da assistência às famílias, especialmente as mais vulneráveis.
Integrante do sistema global da Ronald McDonald House Charities, a RMHC, presente em 62 países, a instituição em nosso país concentra seus esforços no câncer infantojuvenil. Ao longo dos anos, já beneficiou 108 instituições/hospitais e investiu mais de 378 milhões de reais em 1.749 projetos, abrangendo 22 estados e o Distrito Federal. A alocação de recursos foca em melhorias hospitalares (63%) e projetos que promovem a aderência ao tratamento e suporte às famílias (37%).
No entanto, o entendimento é claro de que investir sozinho não é suficiente para resolver a questão e aumentar as chances de cura. A articulação em rede, a formação de profissionais e o diálogo com organismos internacionais, sociedades científicas e todas as esferas do poder executivo e legislativo são peças cruciais para alcançar cuidados justos. O objetivo é elevar o Brasil ao patamar de 80% de cura do câncer infantil, equiparando-se a países com alta renda.
Nos últimos anos, o Instituto Ronald McDonald tem dedicado esforços para ampliar sua visão, compreendendo as necessidades e influenciando a organização da rede para proporcionar o cuidado centrado no paciente e na família. Contudo, a consciência de que a jornada não pode ser percorrida sozinha permeia todas as ações. A participação ativa de toda a sociedade é fundamental para avançar nas taxas de cura, especialmente na região Norte, que está abaixo de 60%, conforme propõe como taxa mínima a Iniciativa Global de Câncer Infantil da Organização Mundial da Saúde (OMS) até o ano de 2030. Mas não nos contentamos com os 60%, temos a visão de que é possível chegar aos 80% de taxa de cura. Mas apenas com esforços coletivos e políticos, será possível atingir esse patamar e impulsionar o Brasil nessa direção.
O coletivo precisa transcender fronteiras locais e adotar uma visão nacional, reconhecendo que o benefício social é mais relevante. É nesse princípio que o Instituto Ronald McDonald baseia sua atuação, comprometendo-se nos próximos anos a desenvolver soluções que ampliem o conhecimento e gerem mudanças reais e efetivas. O objetivo é que as crianças não tenham seus futuros interrompidos. Se há possibilidade de salvar vidas, convidamos toda a sociedade a juntar-se nessa causa! E aí, vem conosco?! Juntos somos mais fortes!