O Centro Infantil Boldrini, de Campinas, já concluiu 30% da construção do Instituto de Engenharia Molecular e Celular, o primeiro centro de pesquisas específico para câncer pediátrico no Brasil. A previsão é que a obra seja entregue no final deste ano. De acordo com o doutor e pesquisador Andrés Yunes, responsável pelo novo instituto, a ideia é potencializar a velocidade com que novos tratamentos são desenvolvidos. Do total de pacientes do Boldrini, que completa 38 anos de existência amanhã, 31,8% são da RMC (Região Metropolitana de Campinas).
O centro de pesquisas está sendo construído ao lado do prédio de radioterapia e ocupará uma área de cerca de cinco mil metros quadrados. Com a estrutura metálica construída, a próxima fase de trabalho envolverá a concretagem das lajes e o término da cobertura, que já está 70% pronta. Também faz parte da programação nesse período a alvenaria interna, a hidráulica e a elétrica.
Para acelerar a criação de novos tratamentos, o número de pesquisadores será ampliado de cinco para 25 e o número de alunos de seis para 125, que poderão atuar nos 13 laboratórios individuais de pesquisa previstos no projeto, que inclui ainda diversos laboratórios de apoio.
“O espaço que temos hoje para trabalhar no Boldrini é de uns 150 metros quadrados. No novo instituto, serão quatro mil metros quadrados só de laboratório. Até temos alguns laboratórios de pesquisa de câncer infantil no Brasil, mas sempre unidades menores. Nenhum com um prédio inteiramente destinado para isso”, diz Yunes.
A presidente do Boldrini, doutora Silvia Brandalise, também ressaltou a importância da instituição para o desenvolvimento de novas drogas. “Embora os resultados dos tratamentos dos diferentes tipos de câncer da criança tenham evoluído nestes últimos 30 anos, as drogas têm permanecido as mesmas. (…) No instituto, teremos a infraestrutura para desenvolver estudos experimentais com células cancerígenas de tumores pediátricos, armazenadas em biobanco. Estudos de farmacocinética também poderão ser desenvolvidos mais facilmente em cultivos de células malignas”, explicou.