São muitas histórias impressionantes de dedicação materna pelos filhos. Várias mães deixam tudo para trás para lutar pelo futuro dos que amam. Na Casa Ronald McDonald, apoiada pelo Instituto Ronald McDonald, já compartilhei várias delas e a cada novo relato uma comoção diferentemente forte inunda meu coração.
Mas, afinal, onde estão os pais nessas histórias?
O pai da Bruna estava lá na Casa Ronald de Moema, em São Paulo, ao lado das outras mais de 25 mães que contam com o apoio do Instituto Ronald McDonald.
Gisney Souza é um dos poucos pais que fizeram a renúncia de acompanhar bem de perto o tratamento dos filhos. Bruna tem 2 anos e já luta bravamente contra o câncer infantojuvenil.
Um rosto masculino entre os familiares não é um padrão e Gisney, sempre colado na filha, se destaca. Não é uma regra, mas, na maioria das vezes, esse papel acaba sendo cumprido pela mãe.
No caso da família Souza, Patrícia, mãe de Bruna, ficou em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A iniciativa de acompanhar a filha foi reflexo de uma outra pequena felicidade: Bruna ganhará um irmãozinho. A radioterapia é um tratamento arriscado para a gestação de Patrícia e, por isso, Gisney atravessou o país para possibilitar à filha o acesso aos melhores recursos oncológicos no GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer).
Assim como muitas das mães, Gisney também precisou deixar para trás o emprego.
“Quando a médica falou que a Patrícia não podia acompanhar a Bruna por causa da radioterapia eu deixei meu emprego e vim. Tive a sorte de conseguir um acordo e posso voltar quando tudo passar”.
Pai e filha ficam juntos em um dos quartos individuais da Casa que é disponibilizado aos hóspedes. Ele conta que, no início, conviver com muitas mulheres foi um pouco estranho, pois os ambientes comuns a todos eram agitados. Hoje, embora fique mais quieto, já se acostumou.
Para ele, o desafio de todo o processo é a correria. É muita responsabilidade acompanhar o vai e vem de hospital, exames, atenção aos horários, à alimentação e ainda ser o porto seguro da pequena Bruna. É uma grande missão ser pai e mãe em uma fase tão delicada e decisiva.
A importância da figura paterna
O Dia do Pais é muito importante para desconstruir e reconstruir o papel do pai na vida de crianças como Bruna. Exemplos como Gisney são evidências da força do amor.
Enfrentar um desafio como o câncer na infância ou adolescência pode deixar marcas eternas. O abandono afetivo é umas das mais dolorosas e, infelizmente, ainda uma realidade comum.
No dia 12, é dia de exaltar os “Gisney” que se dedicam verdadeiramente à importante missão da paternidade. Exaltar àqueles que sabem que é preciso ser pai todos os dias e não apenas nos domingos de sol.
Domingo é dia de celebrar a presença!