Coração de mãe – e de pai – é grande mesmo, né? Ou melhor, enorme, cheio de perdão e de uma espécie de força oculta que se revela nos momentos mais difíceis. Antes de me tornar mãe, até suspeitava disso, mas a certeza veio só depois de ter meu primeiro filho. Voltei a pensar muito sobre isso ao saber da história da Zélia, mãe hospedada na Casa Ronald McDonald Campinas, apoiada pelo Instituto Ronald McDonald, durante o tratamento do Eduardo, de apenas 11 meses.
Pois é. Dudu era pequeno quando ela desconfiou que tinha algo errado. Foi dar um banho e percebeu um carocinho no braço. Correu para o pediatra do posto mais próximo, que acreditava se tratar da reação a uma vacina, e pediu que Zélia aguardasse mais um pouco… Mas sabe aquela pulga atrás da orelha?
O caroço cresceu e ela, claro, ficou ainda mais preocupada. É terrível não saber o que se passa com nossa cria. Foi só depois de alguns exames que outro profissional de saúde suspeitou que pudesse ser um tumor, e resolveu enviar uma foto do Dudu para um especialista em oncologia. O coração dela ficou apertado. Era hora de ter força.
Quando recebi o diagnóstico, foi assustador, fiquei muito nervosa, com medo, desmaiei. Mas olhando para trás, vejo o quanto fui forte. A verdade é que a falta de informação aumenta a dor… Eu não sabia como era o tratamento para o câncer infantojuvenil – não tinha nem ideia de que uma criança tão pequena podia ter essa doença!
Mas sabe como está o Dudu? Lindo, saudável e sonha em ser astronauta. Foram 8 meses de quimio, de exames, de consultas. Dias de muitas lutas. A cada febre, uma dúvida. No começo, Zélia achava que não ia aguentar, mas conforme ele reagia bem a cada etapa, o ânimo se renovava, ela buscava apoio e seguia em frente.
Enfim, chegou o dia da última sessão do Dudu.
Ela chorou de alegria, de alívio, de fé. Lutou por seu filho a cada instante. Nessa jornada, cada dia foi um dia rumo à cura; ela não desistiu. Hoje, fora de tratamento, o Dudu corre, brinca e conquista todos a sua volta!
Consegue sentir a emoção dessa mãe depois de todo o tempo sendo firme e forte, sem pensar em desistir?
Fazendo uma pesquisa no portal do INCA, aprendi, inclusive, que houve muito progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência nas últimas quatro décadas. Hoje, cerca de 80% das crianças e adolescentes com câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. E o melhor: a maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.