Quimioterapia e radioterapia podem gerar lesões bucais em crianças com câncer

Pais de crianças em tratamento de câncer devem estar alerta para as alterações na boca dos filhos decorrentes do tratamento. Mucosite é a lesão mais comum.
Os pacientes com câncer geralmente apresentam lesões na boca em consequência da intensa imunossupressão derivada da quimioterapia. Em decorrência do Dia Nacional da Saúde Bucal, celebrado no dia 25 de outubro, a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) alerta que essas manifestações bucais podem interferir no tratamento, gerando complicações, o que pode aumentar o tempo de internação e afetar diretamente a qualidade de vida dos pacientes, porém esses problemas podem ser prevenidos e tratados.
De acordo com Catia Tuffy, cirurgiã dentista e membro da SOBOPE, a lesão bucal que mais tem prevalência em pacientes oncológicos é a mucosite, seguida de xerostomia, disfagia, disgeusia, aumento de cáries, candidíase, sangramento gengival, herpes labial, odontoalgia e lesões aftosas. “Os cuidados com a higiene oral devem continuar durante o tratamento oncológico, sendo necessária a utilização de um antisséptico bucal. Devem-se evitar condimentos e alimentos ásperos como vegetais crus, nozes e biscoitos secos, além de evitar o fumo e o álcool, que potencializam lesões bucais. Antes de começar o tratamento oncológico é essencial consultar um dentista e fazer uma revisão completa dos dentes”, explica.
Já as crianças em tratamento devem tomar cuidados específicos com a boca, como realizar escovações supervisionadas e complementadas pelos pais até 10 anos de idade sempre após as refeições e principalmente antes de dormir, além de evitar o consumo excessivo de doces e refrigerantes, de acordo com Catia. “O uso de pasta de dente com flúor é recomendado para crianças a partir de 3 anos de idade, porém quando esta apresentar mucosite oral é recomendado o uso de creme dental com uma menor quantidade de flúor devido à intolerância ao gosto na cavidade oral. Já para evitar boca seca, podem ser utilizados chicletes sem açúcar”.
Sobre a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE)
Fundada em 1981, a SOBOPE tem como objetivo disseminar o conhecimento referente ao câncer infantojuvenil e seu tratamento para todas as regiões do País e uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas pediátricos brasileiros junto aos órgãos governamentais. Promove o ensino da oncologia pediátrica, visando à divulgação e troca de conhecimento científico da área em âmbito multiprofissional.
*Com informações da SEGS.