3 dicas para sentir, superar e lidar bem com a saudade

Muitas vezes me pego olhando para os meninos e pensando quando eu tinha a idade deles. As lembranças vêm como uma enxurrada e inundam o coração de saudade. Dá aquela vontade de ter uma máquina do tempo e me teletransportar, momentaneamente, para o abraço da minha mãe, para o quintal da minha primeira casa, para os churrascos de família…


A saudade é uma expressão da natureza humana tão importante que tem até uma data especial para celebrá-la: dia 30 de janeiro.

Dizem que é o sentimento mais presente em nossa vida e o mais difícil de definir. Afinal, não é fácil escolher do que sentimos mais saudade. Eu mesma sinto saudade de coisas tão subjetivas como, por exemplo, o cheiro que ficava na casa quando minha mãe cozinhava. Ou quando eu acariciava o cabelo dos meus filhos enquanto eles adormeciam ouvindo histórias que eu contava.

A saudade é um bom sinal

Muitas pessoas acham que sentir saudade é triste e melancólico, mas nem sempre. De fato a saudade às vezes dói e nos deixa quase paralisados, entretanto, é um sinal de que vivemos momentos bons.

A verdade é que a saudade nos obriga a aprender, e aprender nem sempre é um processo tranquilo. Em algumas ocasiões conseguimos sanar a aflição da ausência com um telefonema, uma viagem, um passeio, mas é bem verdade que muitas vezes não é possível. Há coisas, momentos e pessoas que não voltam nunca mais, e por mais triste que isso seja, é preciso seguir em frente.

Não existe uma receita para deixar a saudade para trás, mas algumas atitudes podem ajudar. Quando a ausência é irremediável, bom…é aí mesmo que precisamos encontrar formas de superar e acalmar o coração.

Que tal começar pelo começo?

Viva a dor. A felicidade é uma delícia e não há quem não goste de curtir momentos de alegria, já da dor todo mundo foge. No entanto, assim como a felicidade, a tristeza faz parte da vida e cumpre um papel importante em nosso desenvolvimento. Por isso, não se culpe ou se feche para a dor, mas se permita atravessá-la. Se preciso for, chore. Chorar é uma reação natural do nosso corpo para aliviar a tensão e reorganizar os sentimentos. Respire fundo, se hidrate e deixe os dias suavizarem o aperto no peito.

O tempo transformará as emoções aos poucos. Não significa que serão menores, mas, certamente, aprendemos a conviver com elas e ressignificá-las. Durante este processo, que pode durar dias ou anos, tente cuidar de você e do seu bem-estar.

Mude o foco. Tente ocupar a mente com o que te faz bem. Faça passeios legais, divirta-se, esteja sempre com os amigos e com quem você ama. Experimente fazer dessa fase complicada um momento de autoconhecimento e autocuidado. Já pensou em cozinhar aquela comida que você adora, mas tem um pouco de preguiça? Ou então, investir naquele pote de sorvete que sempre salva nas horas certas?

É claro que precisamos tomar cuidado para que essas práticas não se tornem hábitos não saudáveis de vida. Ao fazer delas válvulas de escapes constantes é certo que problemas futuros surgirão, e pode ser necessário a ajuda de um profissional. Experimente viver intensamente o agora, sem se preocupar muito com o passado e o futuro. A prática do mindfulness pode te ajudar muito – já falei dela aqui no Blog.

Agradeça a saudade. Tente olhar o lado positivo da saudade. Ela é um sinal claro que de você tem muito ao que agradecer. Gratidão é um sentimento muito forte que nos leva a viver cada vez mais coisas que nos façam sorrir. A saudade é inevitável, mas significa que vivemos histórias incríveis ao lado de pessoas inesquecíveis. Se você tem no coração esse sentimento de nostalgia que te faz viajar no tempo, que tal olhar para ele com muito orgulho?

A vida vai sempre te dar motivos para sofrer de saudade. Que bom! Isso é sinal de que você anda aproveitando muito bem os seus dias. As despedidas, as mudanças, os sofrimentos, as separações, o tempo que passa vão continuar acontecendo e não há muito o que possamos fazer. Aprender a encarar esses desafios como aprendizado faz parte do desenvolvimento da sua inteligência emocional.

Tente aceitar que, como diz Vinicius de Moraes, “a vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”.

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