Dia Mundial do Câncer: a informação é nossa maior arma

*Francisco Neves

O avanço da medicina e a descoberta de novas drogas sempre nos imputa uma grande expectativa em relação às doenças que até então, não se tem conhecimento de cura.

A doença mais grave e temida por muitos é o câncer. Os dados recentes são bem positivos e as chances de cura estão aumentando a cada ano. E alguns fatores são fundamentais para que a trajetória do tratamento seja bem sucedida.

Sem sombra de dúvidas, a informação sempre foi e continuará sendo a nossa maior aliada. Conhecer os principais sintomas, ficar atento aos sinais, realizar exames periódicos.

Esses fatores contribuem para que o diagnóstico seja feito de maneira precoce, aumentando assim, as chances de cura. Em crianças e adolescentes, o rápido início do tratamento pode aumentar em até 85% as chances de cura de determinados tipos de câncer.

Porém, muito ainda precisa ser trilhado. Nosso trabalho é incansável, porque é necessário continuar progressivamente aumentando as chances de cura. E mais: é preciso garantir o acesso ao diagnóstico e ao tratamento em todo o País.  Dados do Instituto Nacional de Câncer apontam que, a cada ano, em média surgem mais 12 mil casos de câncer entre crianças e adolescentes. Continua sendo a doença que mais afeta nossos jovens brasileiros. E, por isso, não podemos nos acostumar com essa estatística. Precisamos continuar incentivando a ampliação do diagnóstico precoce, a estimular profissionais sobre a importância da atenção integral a esses pacientes e a um acolhimento adequado para familiares dentro e fora do hospital, a exemplo dos Espaços da Família Ronald McDonald e das Casas Ronald McDonald.

Só assim vamos ter cada vez mais histórias de superação e vamos perder cada vez menos crianças e adolescentes para o câncer. Requer esforço, olhar atento, contínuo investimento em pesquisas e, não menos importante, o carinho de muitos voluntários que fazem a diferença no futuro de qualquer tratamento.

No Dia Mundial de Combate ao Câncer, devemos fomentar a discussão e levar informações sobre o tema; Acredito que essa é uma arma poderosa. Compartilhar a experiência de 16 anos de trabalho do Instituto Ronald McDonald é, sem dúvida, um caminho importante para fundamentar o futuro do combate à doença no Brasil.

* Francisco Neves, superintendente do Instituto Ronald McDonald, cujo drama com a perda do filho foi retratada no livro ‘ O amanhã existe’ do jornalista Renato Lemos.