Do lado de lá: voluntariado do ponto de vista do paciente

Eu sempre penso (e falo) muito sobre os benefícios que a ajuda ao próximo traz para a vida de quem ajuda. Mas outro dia acordei me perguntando os benefícios dessa ajuda do ponto de vista de quem a recebe, não de quem a dá.


Aproveitei que tinha tirado o fim de semana para fazer uma visita uma instituição apoiada pelo Instituto Ronald McDonald e decidi conversar com o pessoal de lá sobre o papel do voluntário para pacientes e familiares.

Estar diante de um diagnóstico de câncer é muito dolorido, ainda mais se tratando de uma criança”

Eliane, 33 anos, mãe

Ainda no exercício de trocar meu ponto de vista para o deles, não consegui nem imaginar o que deve ser ouvir de um médico que seu filho ou filha vai ter que passar por um tratamento de câncer.

Durante as conversas que tive, ficou claro pra mim que os pais são muito gratos ao apoio emocional que é dado a eles e aos filhos durante essa longa e difícil batalha.

Acredito que se tivéssemos sozinhos seria muito mais difícil sustentar essa carga emocional”

Helena, 46 anos, mãe

Tanto para os pais quanto para os pacientes, esta é uma caminhada que exige muita força a cada passo dado. E como o ditado popular já diz, é a união que faz a força!

Os voluntários são vistos como pessoas que ajudam a revigorar as energias, e a fortalecer uma rede de apoio que é essencial na hora de vencer qualquer obstáculo, ainda mais um tão grande quanto esse.

Estar com outras pessoas, profissionais e com a família nos ajuda a enfrentar as dificuldades com mais leveza.”

Denilson, 21 anos, paciente

Nem todo pequeno guerreiro enfrentando o câncer infantojuvenil é como Denilson e tem idade suficiente para entender a gravidade da doença com a qual está lidando. Mesmo assim, o tratamento oncológico é cansativo e doloroso para qualquer um que passa por ele, seja criança, jovem ou adulto.

Por isso, os pacientes e familiares agradecem muito o clima de diversão, alegria e leveza criado pela presença dos voluntários. As brincadeiras, pinturas, músicas e demais atividades fazem com que o dia seja mais prazeroso, e com isso, todos se sintam mais relaxados e contentes.

Eles se importam com a gente, levantam nosso astral, e por isso fazem a diferença em meu tratamento”

Geovana, 13 anos, paciente

Como podem ver, não sou eu dizendo que o otimismo levado pelos voluntários faz a diferença para os pacientes e familiares lidando com o câncer.

Manter um sorriso no rosto dessas crianças e jovens é o que mais me motiva a contribuir para a Casa Ronald McDonald, e creio que seja algo que eu e todos os outros voluntários temos em comum.

Além de ir visitá-los quando posso, faço questão de sempre contribuir no site para ajudar a manter o espaço e os programas que aproximam cada vez mais essas famílias de uma cura.

Foi muito bom refletir e debater o voluntariado de outro ponto de vista. Me colocar verdadeiramente no lugar dessas pessoas é algo impossível, pois é uma dor que só quem passa, conhece, mas o exercício da empatia é sempre benéfico – para ambos os lados.

Se fosse sua família, você não gostaria que ajudassem?

Eu contribuo, contribua você também!