Humanização hospitalar: transformando dor em cor (e amor)

Você já chegou em algum lugar e, sem perceber, passou a se sentir bem? Ou então simplesmente imaginou um ambiente sóbrio e sério, mas acabou se surpreendendo? Esta é a proposta dos ambientes humanizados. São ideias que transformam espaços para proporcionar aos usuários uma experiência totalmente nova, o que sempre foi uma proposta também do Instituto Ronald McDonald.


A relevância do assunto está, sobretudo, ao se falar da humanização hospitalar. Esta perspectiva mobilizou o Ministério da Saúde a desenvolver um Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar, que virou uma política pública brasileira.

Não é um projeto reducionista sobre decoração e design, mas, como o próprio nome diz, trata-se de importar a sensibilidade humana para lugares com intensa carga emocional.

Detalhes que dizem muito

Pacientes que passam por longos tratamentos vivem o hospital como uma segunda casa. Esta realidade ressalta a necessidade de pensar os efeitos dos ambientes e o relacionamento com a rotina hospitalar para pessoas em situação de vulnerabilidade e seus familiares.

O Dr. Sérgio Petrilli, cofundador e médico do GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), falou sobre como essa questão sempre foi tratada com prioridade no hospital. O tratamento de crianças e adolescentes com câncer requer cuidado e atenção diferenciada, principalmente pela influência do estado psicológico para o desenvolvimento da doença.

Do bordado colorido GRAACC no jaleco ao projeto inovador da Quimioteca, tudo é pensado para minimizar o sofrimento de quem enfrenta este desafio.

“Buscamos alcançar a cura verdadeira com qualidade de vida, reforçando as diferenças entre os cuidados com a criança e o adulto. Mudar o aspecto do lugar onde a criança precisa estar todos os dias para tomar a quimioterapia influencia diretamente na adesão ao tratamento.”

— relata Sérgio Petrilli

Ele explica que trazer uma criança e sua família para um lugar onde elas se sintam bem é determinante para a continuidade do tratamento. O Espaço da Família, a Brinquedoteca e a Quimioteca reduzem o impacto da doença, fazendo com que os dias tornem-se mais leves. A humanização das áreas hospitalares permite a mãe dormir com conforto enquanto aguarda e a criança brincar nos intervalos das sessões de quimioterapia. Dessa forma, como afirma Petrilli, “quem trata é a quimioterapia, mas todos os outros elementos proporcionam as condições necessárias para a cura chegar”.

Humanização hospitalar é resultado de muitas mãos

A parede colorida, o sorriso durante os procedimentos e a dor compartilhada com empatia sintoniza os corações de quem, de alguma forma, faz parte de uma dura guerra que resulta em histórias de força e superação.

Doadores, voluntários, sociedade civil, apoiadores, empresários, funcionários, médicos, família e paciente. Todos fazem parte da mesma corrente que quer dar asas ao futuro de pequenos guerreiros.

O João já contou aqui no blog como o sorriso é revolucionário para os pacientes. Não leu ainda? Então vai lá e inspire-se com essa história de voluntariado.